"O olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho é bom, todo o teu corpo se encherá de luz. Mas se ele é mau, todo o teu corpo se encherá de escuridão. Se a luz que há em ti está apagada, imensa é a escuridão em ti." (Mestre Jesus Cristo).

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Características dos Filhos de Ogum

Fisicamente, os filhos de Ogum são magros, mas com músculos e formas bem definidos. Compartilham com Exu o gosto pelas festas e conversas que não acabam e gostam de brigas. Se não fizerem a sua própria briga, compram a de seus camaradas. Sexualmente os filhos de Ogum são muito potentes; trocam constantemente de parceiros, pois possuem dificuldade de se fixar a pessoa ou lugar. São do tipo que dispensa um confortável colchão de molas para dormir no chão; gostam de pisar a terra com os pés descalços. 
 
São pessoas batalhadoras, que não medem esforços para atingir seus objetivos, são pessoas que mesmo contrariando a lógica lutam insistentemente e vencem. São pessoas extremamente pontuais e ficam enlouquecidos quando uma pessoa se atrasa ou cancela um compromisso previamente agendado seja por que motivo for. 

Não se prendem à riqueza, ganham hoje, gastam amanhã. Gostam mesmo é do poder, gostam de comandar, são líderes natos. Essa necessidade de estar sempre à frente pode torná-los pessoas egoístas e desagradáveis, mas nem sempre. Geralmente, os filhos de Ogum são pessoas alegres, que falam e riem alto para que todos se divirtam com suas histórias e que adoram compartilhar a sua felicidade.

Os Filhos de Ogum são tidos como brigões, mas é errôneo este pensamento. São mais intransigentes e obstinados do que propriamente brigões. Ogum representa o Espírito da Lei e seus Filhos têm esta característica bem predominante. Raramente pondera as coisas: se o regulamento é este, então, tem que ser seguido a qualquer custo. Toda Lei tem que ser estudada, para obter-se o seu verdadeiro sentido, para saber o seu espírito. Porém, para o Filho de Ogum, ele é usada com parcimônia. Ele segue a Lei sem ligar se ela serve para este ou aquele caso. É a Lei, tem que cumprir, implacavelmente. O pai de família, Filho de Ogum, não dá muitas chances de diálogo para seus filhos. É inflexível e radical. Usa uma lei para si e outra para os outros. É vaidoso, não gosta de ser contrariado em suas opiniões.

Raramente “arreda pé” de sua posição, mesmo quando não dá certo. Quer sempre fazer prevalecer o seu ponto de vista. Não recua nenhuma vez em suas decisões. Tem sempre tendências para resolver as coisas para o seu lado, de qualquer forma. A mulher, Filha de Ogum é mais querelante do que briguenta. É mais belicosa e de atitudes extremadas. É excelente mãe de família, porém, coitado do filho que não andar direito: ela é do tipo que bate primeiro para depois perguntar onde foi o erro. O Filho de Ogum é dado a fazer conquistas, tem facilidade de relacionamento com o sexo oposto de qualquer filiação de Orixá.

Características dos Filhos de Obaluaê

Os filhos de Obaluaê são pessoas extremamente pessimistas e teimosas que adoram exibir seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim.

 
Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais otimista dos seres; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente são pessoas que possuem manias de velho, como as rabugices.
Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planejaram. Não são do tipo que levam desaforo pra casa e se sentirem ofendidos responde no ato, não importa a quem. Pensam que só eles sofrem e que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições.

Podem apresentar doenças de pele, marcas no rosto, dores e outros problemas nas pernas. São pessoas sem muito brilho, sem muita beleza. São perversos e adoram irritar as pessoas; são lentos, exigentes e reclamam demais.

São reprimidos, amargos e vingativos. É difícil relacionar-se com eles. Parece que os filhos de Obaluaê são pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas, os filhos deste ORIXÁ têm várias qualidades e uma delas que devemos destacar é uma qualidade que pode compensar qualquer defeito: são extremamente prestativos e trabalhadores. São amigos de verdade.

Os Filhos de Obaluaê são muito introvertidos, seu caráter, às vezes, são taciturnos, calados, fechado em si próprio; ás vezes tem piques de alegria, descontração, satisfação, indo de um pólo a outro, com muita facilidade e com muita frequência. Os Filhos de Obaluaê gostam de ocultismo, tem certa tendência para tudo o que é misterioso. Gostam e frequentemente estudam a vida dos astros. Gostam das artes e das pesquisas, dedicando-se muito a isso. 

Convivem melhor com pessoas idosas do que com as mais jovens. Não têm a paciência necessária para suportar arroubos da mocidade. Mesmo os Filhos de Obaluaê com menos idade sempre procuram pessoas mais velhas para conviver.

Não gostam de aglomerações, preferem isolamento, utilizando seu tempo em coisas que consideram de maior utilidade. Raramente se abrem a respeito de seus problemas, preferindo “curtir” a mágoa ou a dor sem participar a ninguém. Muito sentimentais e profundamente negativistas.

Características dos Filhos de Nanã


Os filhos de Nana são pessoas extremamente calmas, tão lentas no cumprimento de suas tarefas que chegam a irritar. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. As pessoas de Nana parecem ter a eternidade à sua frente para acabar seus afazeres, gostam de crianças e educam-nas com excesso de doçura e mansidão, assim como as avós. São pessoas que no modo de agir e até fisicamente aparentam mais idade.

 Podem apresentar precocemente problemas de idade, como tendência a viver no passado, de recordações, apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em geral.

As pessoas de Nana podem ser teimosas e ranzinzas, daquelas que guardam por longo tempo um rancor ou adiam uma decisão. Porém agem com segurança e majestade. Suas reações bem equilibradas e a pertinência de suas decisões as mantêm sempre no caminho da sabedoria e da justiça.

Embora se atribua a Nana um caráter implacável, seus filhos têm grande capacidade de perdoar, principalmente as pessoas que amam. São pessoas bondosas, decididas, simpáticas, mas principalmente respeitáveis, um comportamento digno da Grande Deusa do Daomé. 

Nanã é um Orixá velho. O mais velho dos Orixás femininos, talvez por isso seja, também, o mais amoroso e o mais egoísta. Os Filhos de Nanã são muito possessivos e tendem a cercear seus amigos. São exclusivistas e não admitem dividir suas idéias. Dedicam-se sem reservas a seus amigos e parentes, porém, procuram sempre criar barreiras para evitar que os mesmos encontrem novas amizades e novos caminhos. São rabugentos e costumam guardar em seu íntimo tudo aquilo que lhe fazem. O Filho de Nanã jamais esquece o que lhe fazem, mesmo que depois lhe peçam desculpas. Sempre comenta e toca no assunto quando há oportunidade. 

Gosta de estar rodeado de amigos, porém, não abre mão de sua presença, fazendo questão de que ela seja notada e comentada. Veste-se muito bem e possui um pouco da intransigência de Ogum. Os Filhos de Nanã são resmungões e acham dificuldade em tudo o que precisam fazer. Esperam sempre que os outros façam ou resolvam seus problemas. São muito ladinos, sempre acham uma forma dos outros fazerem suas coisas. Por serem demasiadamente possessivos, não admitem que seus filhos ou familiares mais próximos tomem decisões sozinhas ou que seus companheiros saiam sós.

Características dos Filhos de Oxalá


São dois os tipos de filhos de Oxalá. Oxalá Oxaguiã e Oxalá Oxalufã.



O tipo Oxaguiã é um jovem guerreiro combativo. É habitualmente alto e robusto, mas não é agressivo nem brutal. Não despreza o sexo e cultiva o amor livre. É alegre, gosta profundamente da vida, é falador e brincalhão. Ao mesmo tempo e idealista, defendendo os injustiçados, os fracos e os oprimidos. Orgulhoso, sedento de feitos gloriosos à, às vezes, uma espécie de D. Quixote. Seus pensamentos.
 
O tipo físico de Oxalufã é frágil, delicado, friorento, sujeito-a resfriados. Compensa sua debilidade física com grande força moral, e seu alvo a realizar a condição humana no que tem de mais nobre. É fiel no amor e na amizade. Oxalufã é o poente....

Mercê da própria presença soberana do Orixá Maior da Umbanda, os Filhos de Oxalá também marcam naturalmente suas próprias presenças. Destacam-se com facilidade em qualquer ambiente, são cuidadosos e generosos, e, dada sua exigência no sentido de conseguir sempre a perfeição, são também detalhistas ao extremo. Curiosos, procuram saber detalhes, às vezes, chegando mesmo a tornarem-se aborrecidos por isso. Pais excelentes. Mães amorosas.

Dedicam-se com um carinho excepcional às crianças, com quem se relacionam muito naturalmente e de quem não gostam de afastar-se. Relacionam-se com facilidade com filhos de outros Orixás, todavia, tem sempre certa prevenção em relação às pessoas a quem não conhece muito bem. São um tanto inconstantes e se amuam ou se zangam com grande facilidade. Impõem sua opinião até os extremos e não raramente por causa dessa característica de desentendem com filhos de Ogum, Iansã e Xangô, principalmente.

São, também, pessoas de grande capacidade de mando, tornando-se, não raras vezes, líderes em suas comunidades. Por outro lado, são também ensimesmados, tendo alguma dificuldade em expor problemas e/ou desabafar com estranhos e, às vezes, até mesmo com pessoas íntimas. A velhice tende a tornar os Filhos de Oxalá irritados e rabugentos. Por paradoxal que pareça, a vaidade masculina encontra em seu mais alto ponto nos Filhos de Oxalá, sempre preocupados em ostentar boa aparência e em serem agradáveis. As Filhas de Oxalá são boas mães e esposas, embora, às vezes, se mostrem um pouco dominadoras e ciumentas. Também gostam de apresentar-se bem, embora discretamente.

Entenda o que é arquétipo

Arquétipo (grego ἀρχή - arché: principal ou princípio e τύπος - tipós: impressão, marca) é o primeiro modelo ou imagem de alguma coisa, antigas impressões sobre algo. É um conceito explorado em diversos campos de estudo, como a Filosofia, Psicologia e a Narratologia.

Filosofia
O termo é usado por filósofos neoplatônicos, como Plotino, para designar as ideias como modelos de todas as coisas existentes, segundo a concepção de Platão. Nas filosofias teístas o termo indica idéias presentes na mente de Deus. Pela confluência entre neoplatonismo e cristianismo, o termo arquétipo chegou à filosofia cristã, sendo difundido por Agostinho, provavelmente por influência dos escritos de Porfírio, discípulo de Plotino.

Narratologia
Jung constatou que, além de elementos tipicamente ligados à psique, como os sonhos, os arquétipos do inconsciente coletivo também se expressam através de narrativas, destacando e estudando especialmente o mito e o conto de fada. Ele diz:
“Nos mitos e contos de fada, como no sonho, a alma fala de si mesma e os arquétipos se revelam em sua combinação natural, como formação, transformação, eterna recriação do sentido eterno”.

Outros estudiosos, como Joseph Campbell e Christopher Vogler, considerando a definição junguiana, também sugerem interpretações a respeito da expressão dos diversos arquétipos em uma narrativa, independente de seu caráter fantástico ou não. Para Campbell, os arquétipos fazem parte de todo Ser Humano, como órgãos de um corpo, fenômenos biológicos. 

Vogler, por sua vez, influenciado pela obra de Vladimir Propp, que observa a narrativa a partir de funções desempenhadas pelos personagens, sugere que os arquétipos sejam tomados como máscaras das quais os personagens de uma história dispõem, utilizando-as temporariamente conforme a necessidade do andamento do enredo. Outras perspectivas, também sugeridas por Vogler, são:
Enxergar os arquétipos como facetas da personalidade do herói,
Possibilidades (boas ou más) para o protagonista;

Entendê-los como personificações das diversas qualidades humanas. 

Aqui começamos a falar sobre os arquétipo dos filhos dos Orixás.