Na Visão Geral - Por Enne
de Oxum
Exu Caveira é uma entidade
nomeada por Oxalá, quando da criação da vida humana na Terra, para cuidar do
desencarne. É uma entidade criada, como todos os espíritos, porém sua
consciência é anterior à criação da Terra derivada das Águas Ancestrais, do Verbo
Divino; é Ele uma espécie de 'carrasco chefe' no plano terreno e policial no
plano astral do campo da escuridão, da esquerda; responsável por ceifar a vida
terrena, do indivíduo, no momento certo, entre outras tarefas, para as quais é
imprescindível ajuda de toda sua falange que dizem ser formada pelos Exus: Tatá
Caveira, Pemba, Brasa, Carangola, Pagão, Arranca Toco, Exu do Lodo & Pomba
Gira Rainha do Cemitério. Devido ao respeito mostrado por outros Exus ao Seu
Caveira, durante a Gira, chamando-o de ‘chefe’ tenho opinião de que a falange é
bem maior somando o total de 49 Exus, isso não deve ter muita importância no
entendimento sobre o tema pois uma decodificação, creio, é sempre prematura
tendo em vista que o desenvolvimento espiritual e a Lei do Carma, são eternos,
e isso também vale na esfera dos Exus… no campo da fé só é preciso acreditar.
Exu
Caveira, dizem alguns, é um desdobramento do próprio Sr. Omolu que assume a
forma de Exu Caveira para trabalhar mais ativamente nas Giras de Quimbanda. É,
digamos assim, o braço direito deste Orixá. Também existe quem fale que os
Senhores João Caveira, Tata Caveira, Exu Caveira e Exu Caveirinha são a mesma
entidade desdobrando-se ou mesmo apresentando-se cada vez com um destes 4
nomes, coisa que acho difícil pois o trabalho nas Giras de Quimbanda tem
mostrado por diversas vezes os 4 incorporados em um mesmo trabalho, com
personalidades parecidas porém características próprias, individuais de cada
um, tenho certeza que os 4 existem de fato como entidades distintas; porém
talvez tenham mesmo se originado num desdobramento ocorrido num passado
distante, anterior a própria criação, não tenho dúvidas de que Seu Caveirinha e
Seu João Caveira pertencem a mesma falange, teoria esta que desmente as
decodificações anteriores baseadas nas falanges de divindades pagãs e
descrições do Grimorium Verum isso apesar de em muitas vezes o sincretismo
indicar e descrever também, de fato, características próprias destes espíritos.
A Minha Visão
Seu Caveira é um Exu de ordem
direta de Omolu, muitos dizem que são a mesma entidade, eu acredito que não.
Já tive a honra várias vezes de incorporar
Seu Omolu, uma dessas vezes ele veio para socorrer meu filho. E posso garantir
que não é a mesma energia, nem um desdobramento. Pois seu Caveira é meu
guardião de trabalho.
Todos os dias são dia Caveira na
minha casa, afinal não existe um dia especifico para termos algo a resolver, a
primeira vez que o mestre Caveira se apresentou para mim ele, estava de
príncipe e eu era muito nova (lembro muito bem deste dia, era quase 18h e eu
estava sentada na beira e um poço que tinha na minha casa quando era criança,
tinha quase 13 anos).
Ao passar dos anos, quando já estava familiarizada com sua energia e vibração e já era uma mulher de 18 anos, pedi a ele que viesse até a mim com sua vestimenta que percorre os submundos, primeira ouvi sua voz e ele disse: - Não se assuste! E chegou com uma túnica que se parece uma capa, parece uma mortalha de ceifador, bem como está na imagem ali em cima.
Ama conversar, tem um humor negro, seco, mas eu o acho encantador e engraçado. Quanto mais risonho está ao desfazer alguma magia, mais tenho dó de quem fez ou mandou fazer a demanda, Seu Caveira assim como todos os guardiões é implacável ao aplicar a "Lei do Retorno" quando alguém mexe com um de seus filhos. Eu por exemplo me sinto tranquila em relação a isso e também não me sinto acima de ninguém por ter este grande guardião na minha linhagem. Procuro não falhar com as pessoas, não desperdiço meu tempo fazendo o mal a ninguém (justamente por causa da Lei do Retorno, pois ninguém está livre dela), mas, porém, portanto e toda via; me defendo sim de demandas.
Em uma de suas encarnações, seu Caveira foi um grande líder de um povoado próspero, mas teve um uno em que a de colheita não seria igual, foi um ano bem ruim para a agricultura em todos os sentidos, mas que outro povoado sofresse com a péssima colheita, a tribo dele não sofria com isso. As coisas ficaram tão difíceis que seu Caveira foi orientado pelo líder religioso a oferecer seu filho como presente aos deuses e muito crente de sua fé, assim o fez.
Para sua maior dor como pai, a colheita daquele ano foi a pior de todos os tempos e até de todos os povos. Então aquele líder alegre, destemido e segura de si, se fechou em uma dor e um sofrimento tremenda (que acredito que só quem perde um filho sabe como é). Com isso, tudo que era prospero, alegre e vivo na sua vida foi se perdendo, seu corpo físico que era forte e robusto foi se transformando, não comia, não bebia, não falava e com o tempo viu tudo se acabar.
No astral, passou por muita coisa, mas nunca reclamou do seu sofrimento; aceitava tudo com gratidão pois acreditava que era merecedor de tudo que passou em vida e após dela. Até chegar a redenção e receber nome de Mestre Caveira, realizou (e realiza até hoje) bastantes trabalhos nos 7 infernos, mas nunca esqueceu do seu filho. Hoje sei que ele resgatou e recebeu o perdão do filho e que seu filho trabalha no astral e atende pelo nome de "Mestre do Ouro" para outros Exu do ouro.
Explicado o porquê do seu
Exu do Ouro receber este nome no astral; por ter perdido a vida em vão pelas
mãos do seu pai, ele assumiu este papel no astral: de dar fartura,
riqueza e prosperidade; para que não mais nenhuma pessoa
perdesse a vida da forma que ele perdeu.
E sobre o perdão ao pai, seu Caveira sempre teve do filho, mas precisava ouvir para sessar sua dor que na verdade era apenas emocional.
Esse é Seu Caveira, um dia risonho, outro dia sério, embora digam que ele é vingativo, prefiro dizer que é um pai zeloso, que ama e cuida de verdade de seus filhos, que não castiga, e sim repreende quando um filho faz algo errado. E se alguém fizer um mal a um filho de Seu Caveira, pode ter certeza que ele vai tomar providência, como todo pai, ele toma as dores do filho, isso é ser vingativo!
Não sei explicar com palavras
como me sinto em relação a este mestre, mas posso tentar explicar através
dessa imagem.
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